1000 dias sem respostas: Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes?

Por PSOL

Neste dia 8 de dezembro chegamos a um marco de uma das principais manchas recentes da democracia brasileira: 1000 dias do assassinato político da vereadora do PSOL Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes no Rio de Janeiro em 14 de março de 2018. Uma brutal execução sumária de uma parlamentar eleita e um trabalhador ainda sem solução.

Por várias cidade do Brasil, desde as primeiras horas do dia 8, centenas de pessoas vão realizar ações descentralizadas e simbólicas nas ruas, praças e janelas para exigir justiça para Marielle e Anderson. Faixas, cartazes, intervenções e performances lembram o absurdo dos 1000 dias sem respostas.

O PSOL e seus parlamentares seguem exigindo justiça para 1000 dias sem respostas: Quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes?Marielle Franco. A deputada federal Talíria Petrone, amiga pessoal de Marielle, vem sofrendo uma série de ameaças de morte que a impedem, inclusive, de retornar ao estado do Rio de Janeiro com sua filha, Moana Mayalú. “A morte de Marielle escancara o que é a violência política no nosso país e quais são os corpos que as elites não querem ver representados”, alerta Talíria.

“Há mil dias que o Estado brasileiro não nos responde quem mandou Marielle e qual o motivo desse assassinato político. São mil dias que cobramos e não dá para, numa democracia – incompleta e frágil -, não termos essas respostas”, continua a deputada, que era vereadora de Niterói quando a amiga Marielle foi assassinada. “É nosso papel continuar repetindo que queremos justiça para Marielle e Anderson e continuar lutando suas lutas, até que todos os corpos possam fazer política verdadeiramente livres”, continua.

O deputado Marcelo Freixo também sempre foi muito próximo de Marielle Franco, e acompanha de perto as investigações do assassinato da amiga que encorajou a assumir a tarefa de ser figura pública no Rio de Janeiro. “Há mil dias a democracia brasileira está ferida de morte. Quando exigimos resposta, quando cobramos justiça por Marielle e Anderson, não falamos apenas como amigos e familiares que sentem a dor da perda. Nós falamos como cidadãos que não aceitam que a violência seja transformada em instrumento de ação política e que uma vereadora seja barbaramente executada no pleno exercício do seu mandato”, declarou Freixo.

A deputada federal Áurea Carolina também comenta este “marco triste” para a democracia brasileira e uma investigação que caminha a “passos lentos”. Enquanto Marielle Franco era eleita vereadora do Rio de Janeiro em 2016, Áurea Carolina celebrava sua eleição como uma das vereadoras mais votadas de Belo Horizonte.

“Desde sua morte, temos visto a escalada dos casos de violência política contra todas nós mulheres, negras, periféricas e LGBTQIA+. Não serão capazes, no entanto, de nos calar. Somos a força viva de Marielle. Sua memória e legado tornou-se força motriz de uma transformação que nos ultrapassa”, afirmou Áurea.

“Evocam seu nome mulheres negras – sementes de Marielle Franco -, defensoras e defensores de Direitos Humanos em todo o mundo, aquelas e aqueles que lutam pela democracia. Estamos unidas neste marco triste da nossa história por justiça e para que nenhuma de nós volte a ser vítima fatal do ódio”, continua Áurea Carolina, uma das “sementes de Marielle” na política brasileira.

A líder da bancada do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim, convoca a todas e todos para participar das manifestações que vão exigir justiça para Marielle Franco. “Para lembrar a data, exigir justiça e reivindicar o legado da grande mulher que foi Marielle Franco, ativistas de todo o Brasil realizarão intervenções urbanas desde o início do dia. Nas redes sociais, também estão sendo convocadas mobilizações virtuais, tuitaços e lives. O Brasil exige respostas e não descansaremos até que elas nos sejam dadas”, disse Sâmia Bomfim.