Dia 28 de maio é o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna

Marcela Prest – Doula, Mãe e Presidenta Municipal do PSOL Feira de Santana

Dia 28 de maio é o Dia Nacional de Luta pela Redução da Mortalidade Materna. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define a morte materna como aquela decorrente de problemas ligados à gravidez ou por ela agravados, durante o período da gestação ou até 42 dias após o parto.

O Brasil, infelizmente, atualmente ocupa o 1º lugar em mortalidade de mulheres, pessoas gestantes e puérperas por Covid-19 no mundo. Ao longo de toda a Pandemia morreram 1.204 gestantes e puérperas no país, sendo que mais de 60% desses óbitos ocorreram somente em 2021 – lembrando que ainda não estamos nem na metade do ano. Outro aspecto desse fenômeno é o seu recorte racial, uma vez que a análise dos dados revela uma mortalidade de mulheres negras quase duas vezes maior que a de mulheres brancas.

É importante também levar em conta algumas questões que auxiliam à análise e o entendimento desse grave contexto: o atendimento pré-natal de baixa qualidade ou escasso; as disparidades raciais no acesso aos serviços pré-natal e neonatal; a violência obstétrica; a falta de recursos para cuidados críticos e de emergência; além, é claro, das barreiras adicionais impostas pela Pandemia para o acesso aos demais serviços e cuidados de saúde. Sem dúvida, todos esses fatores têm colaborado para a altíssima taxa de mortalidade materna no Brasil.

Diante desta realidade, e também dos números que relacionam a Covid-19 com quadros graves de pré-eclâmpsia, abortos espontâneos, partos prematuros e morte perinatal, o PSOL entende como necessário que mulheres, pessoas grávidas e puérperas devem ser priorizadas na vacinação, uma vez que fazem parte do grupo de risco, e também considerando que precisam de atenção especial quando desenvolvem a doença. Este último aspecto é evidenciado no levantamento realizado pelo Observatório Obstétrico Brasileiro COVID-19 (OOBr Covid-19), que relatou falta de acesso à UTIs e intubação para até um terço das gestantes e das puérperas que morreram de Covid-19 no país. Por tudo isso, pela vida das mulheres e crianças, lutamos por #vacina para todas!

Além disso, não podemos deixar de exigir também no dia de hoje a legalização do aborto, pois o abortamento clandestino é também a 4ª causa de mortalidade materna no Brasil atualmente. A persistência da sua criminalização, além de ferir a autonomia das mulheres sobre seus corpos, leva à morte de muitas delas, especialmente negras, pobres e periféricas.

Foto: Victória Nasck
Modelo: Thaise Santos

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *