Em 18 de dezembro é celebrado o Dia Nacional das Doulas

Marcela Prest – Doula, mãe, feminista negra e presidenta do PSOL Feira de Santana

Em 18 de dezembro celebramos o Dia Nacional das Doulas, profissionais que se colocam para estar ao lado das pessoas gestantes, auxiliando-as a encontrarem uma assistência digna e respeitosa para seus processos de gestação, parto e pós parto, o que assume uma importância ainda maior se considerarmos o cenário violento e racista do sistema obstétrico brasileiro.

Além do trabalho informacional, enquanto educadoras perinatais, nossa presença é importantíssima também no lugar de cuidado, atendimento e suporte às pessoas gestantes durante o período gravídico-puerperal.

O que vivenciamos na nossa atuação, e que as pesquisas científicas têm referendado, é que a nossa presença tem ajudado na redução das altas taxas de cesarianas no país, na diminuição da duração do trabalho de parto e de pedidos de analgesia, na redução na aplicação da ocitocina e da utilização de fórceps, colaborando para a construção de nascimentos respeitosos.

Nossa profissão é inscrita na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) 3221-35, e como qualquer outra, precisa ser reconhecida e respeitada! Toda pessoa que gesta deveria ter garantido o direito de ser acompanhada por uma doula, e não apenas as pessoas que podem pagar. Por isso lutamos pela garantia do nosso espaço de atuação dentro do Sistema Único de Saúde, para que possamos atender a maioria da população brasileira em sua diversidade.

Para se tornar Doula não é necessário formação na área da saúde, mas é indispensável a realização de um curso específico de Doula. Somos profissionais da saúde inseridas no cuidado de pessoas gestantes. Vale destacar que Doulas não fazem toque, não aferem sinais, não oferecem diagnóstico e não definem condutas. Também não fazemos parte da equipe médica, nós não “vamos no pacote”, e não precisamos ser amigas, conhecidas ou próximas das parteiras, enfermeiras obstétricas ou da pediatra, mas devemos sim respeitar e sermos respeitadas, dentro dos papeis específicos que cada profissional assume no cenário obstétrico. A Doula é da pessoa que gesta!

Junte-se a nós e fortaleça a luta pela aprovação de leis de Doulas nos estados e municípios, e pela regulamentação dessa profissão tão importante para a garantia de direitos das pessoas gestantes!

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