Basta de lesbofobia!
Nota de repúdio do Núcleo LGBTQIA+ do PSOL de Feira de Santana contra a atitude lesbofóbica ocorrida contra a vereadora Verônica Lima, em Niterói, Rio de Janeiro
De acordo com o relatório da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais (ILGA), o Brasil ocupa o primeiro lugar nas Américas em quantidade de homicídios de pessoas LGBTs e também é o líder em assassinatos de pessoas trans no mundo. Conforme dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 19 horas uma pessoa LGBT é morta no país. Segundo a Rede Trans Brasil, a cada 26 horas, aproximadamente, uma pessoa trans é assassinada no país. A expectativa de vida dessas pessoas é de apenas 35 anos.
Com base nesses dados alarmantes, e para visualizarmos a violência que sofremos cotidianamente, no dia 24 de junho de 2021, Roberta, mulher negra e transexual em situação de rua, foi queimada viva no Cais de Santa Rita, centro da cidade de Recife. Hoje, 09 de julho de 2021, Roberta, com 40% de seu corpo queimado, não resistiu e faleceu no Hospital da Restauração, após 2 semanas internada.
No dia 07 de julho de 2021, em Niterói, a vereadora Verônica Lima, mulher lésbica e negra, foi vítima de machismo e lesbofobia por parte do vereador Paulo Eduardo Gomes, do PSOL. Segundo seu relato, ela foi perguntada pelo vereador se queria “ser homem”, e ele disse ainda que a trataria como tal, com o objetivo de constrangê-la por sua orientação sexual. Em resposta, o PSOL de Niterói divulgou uma nota de repúdio, mas esperávamos mais, pois a nota não apresenta nenhum horizonte de mudança efetiva. Como país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, uma nota seguida de uma simples proposta de formação é, no mínimo, uma afronta a todas as pessoas LGBTQIA+ que constroem o partido, para além de toda a população LGBTQIA+ do país.
Não aceitaremos a normalização de tal violência. Nós, do Núcleo LGBTQIA+ do PSOL de Feira de Santana, cobramos um posicionamento coerente do nosso partido. Está mais do que claro a necessidade da luta e combate à LGBTfobia e para isso é preciso compromisso coletivo. Precisamos de uma resposta a contento da Comissão de Ética do PSOL. Não aceitaremos em nosso meio nenhum tipo de violência ou opressão. E que sigamos na luta para sermos cada dia mais “socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”, como já nos indicou a camarada Rosa Luxemburgo.
Núcleo LGBTQIA+ do PSOL de Feira de Santana
09 de julho de 2021